Folha em branco e natureza em todo canto

Desde a faculdade trabalho com crianças e desde quando eu era uma, sinto o bem que a natureza me faz. No mestrado, fiz uma pesquisa envolvendo crianças e hortas. Trouxe crianças para o contato com a terra, mas meus objetivos eram focados na alimentação saudável e acabei passando batido no livro do Richard Louv. Foi só agora, lançando o Sementores com a Regina, que tirei da estante o Last Child In The Woods.

Antes da criação do Sementores, me doía muito a sensação de distância da natureza que São Paulo me trazia. Mas desde que conheci a Regina, passei a ver natureza onde não via antes. Louv pensa como a Re, e também me encorajou a ver diferentes naturezas. Não precisa ser selvagem e intocado. Na verdade, isso está longe de ser um conceito inédito, mas, na minha visão romantizada, estava deixando de olhar para a natureza ao redor. O Satish Kumar, também fala muito disso. Natureza é natura, tudo que nasceu. Você pode ver um pouco dele nesse vídeo que postamos na nossa página no facebook também:

Talvez para as crianças seja mais fácil perceber a natureza de várias formas diferentes do que para nós, adultos que vivem na cidade. Pode ser “um bezerro recém-nascido; um animal de estimação que vive e morre; uma trilha de chão batido em meio às árvores; uma cabana aninhada em urtigas; um terreno baldio pantanoso e misterioso”. P. 29, Louv (2016).

Não importa como se manifesta. Ela sempre oferece às crianças um mundo separado dos pais e, segundo ele, ajuda na cura. Funciona como uma folha em branco, na qual a criança desenha e (re)elabora suas fantasias. Nas suas palavras:

“Dada a oportunidade a criança leva a confusão do mundo para a natureza, lava tudo no riacho e vira do avesso para ver o que há do outro lado.” P. 29, Louv (2016)

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